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Vejo muitas empresas se aferrando com unhas e dentes ao aspecto tradição. Costumam dizer por aí: ?somos uma empresa tradicional, estamos no mercado há muito tempo, temos crédito e somos respeitados por isso; adoramos selos comemorativos, temos eles aos montes, de 10, 25 e 35 anos, só para mostrar e deixar bem claro o quão tradicionais nós somos?. É óbvio que tradição é relevante e até mesmo louvável, uma vez que demonstra a capacidade das empresas de superar o tempo e vencer os desafios que ele impõe. A tradição, inclusive, é louvável em especial no Brasil, onde aventurar-se em ter uma empresa e empreender demanda assumir muitos riscos que vão além de coragem e perseverança.


Empresas ditas tradicionais trazem algo além dos anos vividos e da capacidade de superar desafios: carregam evidentemente muita experiência e história na bagagem. Com isso, surgem algumas perguntas: o que está por detrás dessas histórias de sucesso? Como elas aconteceram? Em momentos de dificuldade, como conseguiram driblar a crise? E aquelas que conseguiram chegar até aqui ainda têm uma visão de futuro? Ou estão perdidas e paradas no tempo?


É importante responder a essas perguntas pois é a partir delas que empresas genuinamente tradicionais são capazes de continuar crescendo e se orgulhando de ser o que são. Quando observamos marcas sólidas e centenárias como a Coca-Cola, que completou este ano 131 anos de existência, vem a pergunta: como é que conseguiram se perpetuar por tanto tempo e se manter vivas até os dias atuais?


A resposta para essa pergunta é: inovação.


Inovar e renovar são palavras-chave presentes em todas as empresas que atravessaram todo um século. Um diferencial é não ficar parado no tempo e acompanhar constantemente as mudanças que ocorrem no mundo. Mesmo tratando-se de empresas conservadoras, que mantêm a sete chaves suas fórmulas e segredos, essas empresas mudam seus processos internos constantemente, ampliam e atualizam sempre seus portfólios de produtos, procurando atender às mais rigorosas e variadas demandas de mercado. Fazem forte uso dos veículos de comunicação para expressar seus valores e propósitos e estão cada vez mais conectadas ao mundo digital, atingindo milhares de fãs e admiradores da marca. Inspiram e carregam forte carga emocional de saudosismo.


Mas não é esse tipo de empresa da qual eu gostaria de falar: quero falar especialmente com aquelas empresas que se apegam ao termo ?tradicional? achando que isso é o suficiente para garantir seu sucesso por mais alguns anos. Sinto informar, mas dizer que é tradicional não é o suficiente.


Falo com as empresas tradicionais brasileiras ? em especial as de pequeno e médio porte ? que pararam no tempo e se apegaram ao velho jeito de se fazer as coisas, tendo forte resistência ao novo. Não é porque, em algum momento no passado, uma estratégia deu certo que necessariamente dará certo novamente. Peço que não fechem os olhos para as mudanças externas e, principalmente, para as mudanças internas da sua empresa. Abra os olhos!


Tradição não pode ser confundido com mofo e coisa velha!


Ter medo do novo, acreditar que a crise é passageira e deixar o barco andar até que as coisas voltem à normalidade é uma grande erro. Saiba de uma coisa que é certa: empresas que param no tempo e não se atualizam vão desaparecer do mapa em pouco tempo. Isso é tão certo quanto 1+1 é igual a 2. Empresas egocêntricas que se vangloriam por serem tradicionais não percebem que, com isso, estão cegando sua visão de futuro e matando toda sua capacidade de inovação; precisam mudar urgentemente.


Não se permita ficar cego pelo fato de estar muito tempo no mercado. Empresas tradicionais como a Kodak, por exemplo, foram à bancarrota por conta disso. Lembre sempre: quanto mais tradicional, maior deve ser meu esforço por inovação.


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